Diretor ucraniano compartilha os momentos mais difíceis durante as filmagens do documentário premiado
Em uma entrevista à DW, Mstislav Chernov, diretor do filme "20 Dias em Mariupol", descreveu a terrível experiência de testemunhar a morte de crianças como o aspecto mais assustador durante as filmagens. Para Chernov, a impotência diante de tal tragédia foi avassaladora.
O cineasta destacou que a visão das crianças falecendo na cidade evocava constantemente a lembrança de suas próprias filhas, intensificando a carga emocional do projeto. "E mais uma coisa, provavelmente a mais assustadora, é a sensação de que não podemos mudar nada. Não importa o quanto filmamos, não importa o quanto mostramos ao mundo, ainda assim continuou", enfatizou Chernov.
A sensação de incapacidade de fazer mais do que documentar os eventos foi uma das partes mais difíceis para o diretor. Ele expressou a convicção de que muitas pessoas retratadas no filme compartilham o mesmo sentimento de impotência, incluindo médicos e militares que se esforçaram para salvar vidas e conter a violência.
O filme, que aborda os eventos durante o cerco russo a Mariupol em 2022, conquistou o prestigioso Oscar na categoria "Melhor Longa Documentário", marcando um marco significativo para o cinema ucraniano.
Durante o discurso na cerimônia do Oscar, Chernov revelou o desejo de que o filme nunca tivesse sido necessário. Seu apelo emocional foi calorosamente recebido, resultando em uma ovação de pé por parte da audiência.
Destacando a representação nacional, Chernov vestiu um traje criado pela marca ucraniana Indposhiv, que escondeu um detalhe simbólico no forro da jaqueta: a palavra "Liberdade" em amarelo, proporcionando uma adição significativa ao evento.
Comentários