A preocupação de Vladimir Putin com eventuais futuros motins

Publicado por: Editor Feed News
07/07/2023 17:50:40
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Cortesia Editorial Pixabay/iStock
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Vive-se uma “paz ilusória” na Rússia, com Putin  reorganizando os serviços secretos e  preparando Moscou para eventual nova rebelião armada.

 

Enquanto isso, ninguém sabe de Prigozhin e isso é um sinal de que “mais problemas” estão a caminho.

Analistas norte-americanos do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla original em Inglês) alertam para movimentações que chegam da Rússia e que indicam a preocupação de Vladimir Putin com eventuais futuros motins semelhantes ao que o Grupo Wagner protagonizou no fim de Junho.

 

rebelião dos mercenários de Yevgeny Prigozhin foi pacificada, mas o problema está longe de ter sido resolvido.

 

Um sinal disso mesmo é a “reorganização dos serviços secretos internos russos“, como aponta o ISW num relatório deste mês, frisando que sugere que “o Kremlin ainda não concluiu que neutralizou, efectivamente, as ameaças de futuras rebeliões armadas” no seguimento do motim do Wagner.

 

O mesmo Instituto nota que a polícia de Moscou vai começar a treinar tácticas de combate em áreas urbanas, incluindo o uso de metralhadoras e granadas. Um tipo de treino que indicia que “o Kremlin está a tentando melhorar as capacidades das forças de segurança” da capital e “a defender o regime de quaisquer ameaças futuras”, aponta ainda o ISW.

 

Contudo, “alguns elementos da polícia já estão  mostrando desinteresse pelos novos planos de treino”, destaca o Instituto, evidenciando que, assim, o plano do Kremlin pode não funcionar.

 

Alinhados com a análise do ISW estão os serviços secretos da Ucrânia, cujo chefe, Kyrylo Budanov, prevê que a “Federação Russa está à beira de uma guerra civil“.

 

Budanov fala de uma sociedade russa “dividida em duas partes”, notando que há muita gente do lado de Prigozhin.

 

O mistério do paradeiro de Prigozhin

No meio de tudo isto, ninguém sabe onde anda o homem que liderou os mercenários do Wagner na rebelião contra Moscou.

 

Prigozhin terá quebrado o acordo que firmou com Putin, com a intermediação de Lukashenko, deixando o exílio na Bielorrússia para voltar à Rússia.

 

Mas ninguém sabe muito bem onde ele anda. E esse mistério “sinaliza mais problemas na Rússia”, como aponta a CNN.

Putin já disse que não perdoa uma traição e, portanto, Prigozhin será um homem com a “cabeça a prémio”.

 

Mas o destino do Wagner não é o único problema do presidente da Rússia – Putin ainda tem que lidar com o que fazer às valiosas empresas de Prigozhin.

 

O presidente russo estará a “dissecar” o império do seu ex-aliado que detém uma empresa de média, um negócio de catering e ainda o Grupo Wagner. O caminho passará por entregar o património de Prigozhin “em mãos mais “confiáveis””, como destaca a CNN.

 

Nos últimos dias, imagens exibidas por canais estatais russos mostraram buscas à casa de Prigozhin em S. Petersburgo, onde foram encontradas perucas que ele poderá ter usado em disfarces, bem como armas, ouro e dinheiro vivo.

 

Contudo, em informações contraditórias, o ISW destaca que há indícios de que as autoridades russas absolveram Prigozhin de sanções financeiras pela rebelião, tendo-lhe devolvido “activos líquidos significativos”, “possivelmente como parte do acordo negociado” com Putin e Lukashenko.

 

No fim de contas, a dúvida quanto a Prigozhin parece ser se Putin lhe terá reservado a prisão… ou um caixão.

 

“É improvável que Rússia gere incidente radioactivo”

A análise do ISW também conclui que “autoridades ucranianas e russas escalaram a sua retórica em torno da situação na Central Nuclear de Zaporizhzhia”. Os russos estão, provavelmente, focados em “acusarem a Ucrânia de acções irresponsáveis” em torno da infraestrutura, caso ocorram algum incidente, segundo o Instituto.

 

Mas, nesta altura, “é improvável que a Rússia gere um incidente radioactivo” na central, afiança ainda o ISW.

 

Os analistas norte-americanos também notam que a Rússia estará “a formar um novo exército de armas combinadas como parte da Frota do Norte, provavelmente para posicionar a sua preparação contra a NATO“.

 

Além disso, dão conta do escalar dos ataques ucranianos e russos na área de Bakhmut e frisam que as autoridades da Rússia continuam “a deportar crianças” sob o “pretexto de fornecer assistência médica pediátrica”.

 

Quanto à estratégia das forças ucranianas no terreno, o ISW nota que tem passado por “desgastar gradualmente a mão de obra e o equipamento russos”, mesmo que isso signifique um avanço mais lento no terreno.

 

Por Susana Valente,

Com informações do PlanetaZAP ( PT)

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